Atentado em Saná em 2012

O atentado em Saná em 2012 foi um ataque suicida ocorrido em 21 de maio de 2012 contra soldados do exército iemenita que ensaiavam para o desfile militar anual do Dia da Unidade em Saná, no Iêmen. A cerimônia é realizada todos os anos em 22 de maio desde 1990 para marcar a unificação do Iêmen do Norte e do Iêmen do Sul como República do Iêmen.[1] A responsabilidade pelo ataque foi reivindicada pela al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), afiliada da Ansar al-Sharia.

Antecedentes

O atentado suicida aconteceu dez dias depois do inicio de uma ofensiva do exército iemenita contra a al-Qaeda na província de Abyan, no sul do Iêmen, onde a AQAP (al-Qaeda na Península Arábica) havia assumido o controle de várias cidades em ataques lançados desde maio de 2011.[2] De acordo com testemunhas e autoridades iemenitas, o governo do Iêmen intensificou sua ofensiva contra a al-Qaeda no sul do Iêmen na semana anterior ao ataque, com ataques aéreos e terrestres combinados deixando dezenas de baixas, entre elas civis.[3] A AQAP usou instabilidade decorrente da Revolução Iemenita de 2011-2012 para assumir o controle de faixas do sul do Iêmen.[4] O ataque também seguiu-se aos bombardeios com drones estadunidenses no Iêmen, no qual a AQAP declarou que o atentado foi uma retaliação.

Ataque

O ataque aconteceu na Praça Sabin, perto do palácio presidencial do Iêmen, enquanto os soldados se organizavam para um ensaio para as cerimônias do Dia da Unidade.[5] De acordo com oficiais de segurança iemenitas, o homem-bomba era um soldado desonesto participando do ensaio usando um cinto de explosivos. Os primeiros relatórios sugeriram algumas dezenas de baixas, mas no início da tarde o número de mortos confirmados era de noventa, com pelo menos 222 feridos.[1] As autoridades de segurança afirmaram que o atacante havia detonado seus explosivos pouco antes do ministro da Defesa Muhammad Nasir Ahmad e do chefe do Estado-Maior Ali al-Ashual serem esperados para saudar as tropas.[1] O ataque resultou numa "terrível carnificina", com uma testemunha descrevendo "braços e pernas espalhados no chão... os feridos estavam amontoados uns sobre os outros, cobertos de sangue".[3] Outro soldado que estivera presente durante o ataque o chamou de um "massacre".[6] A Al Arabiya relatou 96 mortos e mais de 300 feridos na explosão.[2] No final do dia, o número de vítimas foi aumentado novamente, desta vez para mais de 120 mortos e quase 350 feridos, alguns deles gravemente.[6]

Um médico em um hospital de Saná descreveu as instalações médicas da cidade como sobrecarregadas e afirmou que o ataque deixou dezenas paralisadas.[1] A maioria das vítimas seriam da Organização Central de Segurança - uma grande força paramilitar comandada por Yahya Saleh, sobrinho do ex-presidente Ali Abdullah Saleh. Poucas horas depois do ataque, Saleh foi demitido de seu cargo por decreto presidencial.[1]

Referências

  1. a b c d e «'Al-Qaeda attack' on Yemen army parade causes carnage». BBC News. 21 de Maio de 2012 
  2. a b «Al-Qaeda claims bombing that killed nearly 100 Yemeni soldiers». Al Arabiya. 21 de Maio de 2012 
  3. a b Robert F. Worth and Eric Schmitt (21 de maio de 2012). «Qaeda Link Seen in Deadly Blast in Yemen Capital». The New York Times 
  4. «Al-Qaeda do Iêmen assume atentado que matou dezenas; ministro era alvo». G1. 21 de maio de 2012 
  5. «Al-Qaida Says Yemen Suicide Bombing Was 'Revenge'». Voice of America. 21 de Maio de 2012 
  6. a b «Death Toll Rises to over 120 after Yemen Parade Bombing». Yemen Post. 21 de Maio de 2012 
  • Portal do Iémen
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «2012 Sana'a bombing».
  • v
  • d
  • e
al-Qaeda
Liderança
  • Ayman al-Zawahiri
  • Abdullah Ahmed Abdullah
  • Saif al-Adel
  • Abdelmalek Droukdel
  • Mokhtar Belmokhtar
  • Abu Mohammad al-Julani
  • Ezedin Abdel Aziz Khalil
  • Qasim al-Raymi
  • Ahmad Umar
  • Asim Umar
Antigas lideranças
  • Osama bin Laden (morto)
  • Abu Yahya al-Libi (morto)
  • Khalid Sheikh Mohammed (capturado)
  • Anwar al-Awlaki (morto)
  • Samir Khan (morto)
  • Younis al-Mauritani (capturado)
  • Mohammed Atef (morto)
  • Fazul Abdullah Mohammed (morto)
  • Abu Faraj al-Libbi (capturado)
  • Atiyah Abd al-Rahman (morto)
  • Abu Laith al-Libi (morto)
  • Fahd al-Quso (morto)
  • Ilyas Kashmiri (morto)
  • Abdullah Said al-Libi (morto)
  • Fahid Mohammed Ally Msalam (morto)
  • Sheikh Ahmed Salim Swedan (morto)
  • Ahmed Mohammed Hamed Ali (morto)
  • Mohammad Hasan Khalil al-Hakim (morto)
  • Mushin Musa Matwalli Atwah (morto)
  • Midhat Mursi (morto)
  • Saeed al-Masri (morto)
  • Hassan Ghul (morto)
  • Abu Ubaidah al-Banshiri (faleceu)
  • Walid bin Attash (capturado)
  • Abd al-Rahim al-Nashiri (capturado)
  • Mustafa Setmariam Nasar (capturado)
  • Qaed Salim Sinan al-Harethi (morto)
  • Khalid Habib (morto)
  • Abdul Hadi al-Iraqi (capturado)
  • Mustafa Mohamed Fadhil (morto)
  • Sulaiman Abu Ghaith (capturado)
  • Abu Anas al-Libi (capturado e falecido)
  • Abu Musab al-Zarqawi (morto)
  • Abu Ayyub al-Masri (morto)
  • Abu Omar al-Baghdadi (morto)
  • Abu Bakr al-Baghdadi (expulso)
  • Omar al-Faruq (morto)
  • Ahmed Abdi Godane (morto)
  • Adnan Gulshair el Shukrijumah (morto)
  • Adam Yahiye Gadahn (morto)
  • Harith bin Ghazi al-Nadhari (morto)
  • Nasser bin Ali al-Ansi (morto)
  • Ibrahim Sulayman Muhammad Arbaysh (morto)
  • Nasser bin Ali al-Ansi (morto)
  • Nasir al-Wuhayshi (morto)
  • Muhsin al-Fadhli (morto)
Principais ataques
Participações em conflitos
Grupos afiliados