Auto dos Reis Magos

Auto dos Reis Magos é uma peça de autoria de Gil Vicente, escrita em 1503 e publicada em 1510, escrito a pedido da rainha D. Leonor, para o Dia de Reis.

Trama

Esta peça foca a viagem de dois pastores, Gregório e Valério, até Belém para visitar o menino Jesus. Eles perdem-se no caminho, porém lhes aparece um Ermitão e um Cavaleiro que faziam escolta dos Reis Magos. O auto termina com os Reis, os pastores, o Ermitão e o Cavaleiro cantando um vilancete junto do Presépio. O canto, além de servir de finalização ao auto, é uma presença constante na obra.

Esta obra segue-se ao Auto em Pastoril Castelhano. Dada a grande aceitação junto do público, a Rainha D. Leonor "encomenda" então, a Gil Vicente, este Auto dos Reis Magos, que lhe foi presenteado por altura da festa da Epifânia, no dia 6 de Janeiro de 1503.

Parece que este auto terá sido representado num lugar sagrado, o que de alguma forma invalída a teoria de alguns autores que defendem que esta peça teria sido representada por altura do regresso de D.Manuel, que partira em peregrinação para Santiago de Compostela.

Esta peça narra a viagem de uns pastores que se dirigem a Belém, pois querem visitar o recém-nascido Redentor. Perdem-se no caminho e é então que lhes aparece o ermita e o cavaleiro que escoltavam os Reis Magos.

Os Reis chegam ao encontro destas personagens e o auto termina que todos juntos, cantando um vilancete junto do Presépio.

"Quando la virgem bendita
lo parió
todo o mundo lo sintió
los coros angelicales

(...)

nuestro Dios nasció"

Este auto juntamente com o Auto em Pastoril Castelhano, constitui o início do teatro religioso em Gil Vicente.

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Gil Vicente e as suas obras
Gil Vicente
Biografia de Gil Vicente  · Contexto histórico  · Legado
Livro primeiro - Obras de Devoção
Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação (1502)  · Auto Pastoril Castelhano (1502)  · Auto dos Reis Magos (1503) · Auto da Sibila Cassanda  · Auto da Fé (1510)  · Auto dos Quatro Tempos  · Auto de Mofina Mendes (1534) · Auto Pastoril Português (1523)  · Auto da Feira (1527)  · Auto da Alma (1508)  · Auto da Barca do Inferno (1516)  · Auto da Barca do Purgatório (1518)  · Auto da Barca da Glória (1519)  · Auto da História de Deus (1527)  · Diálogo de uns Judeus e Centúrios sobre a Ressurreição de Cristo Auto da Cananea (1534)  · Auto de São Martinho (1504)
Livro segundo - Comédias
Comédia de Rubena (1521)  · Comédia do Viúvo (1514)  · Comédia sobre a Divisa da Cidade de Coimbra (1527)  · Floresta de Enganos (1536)
Livro terceiro - Tragicomédias
Tragicomédia de Dom Duardos  · Auto de Amadis de Gaula (1533)  · Auto da Nau de Amores (1527)  · Frágua de Amor (1524)  · Exortação da Guerra (1513)  · Farsa do Templo de Apolo (1526)  · Cortes de Júpiter (1521)  · Tragicomédia Pastoril da Serra da Estrela (1527)  · Auto do Triunfo do Inverno (1529)  · Romagem dos Agravados (1533)
Livro quarto - Farsas
Quem Tem Farelos? (1505)  · Auto da Índia (1509)  · Auto da Fama (1516)  · O Velho da Horta (1512)  · Auto das Fadas Farsa de Inês Pereira (1523)  · Farsa do Juiz da Beira (1525)  · Farsa das Ciganas (1521)  · Farsa dos Almocreves (1527)  · Farsa do Clérigo da Beira (1529)  · Auto da Lusitânia, intercalado com o entremez Todo-o-Mundo e Ninguém (1532)
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