Hadewijch de Antuérpia

Hadewijch de Antuérpia
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Hadewijch de Antuérpia (também chamada de Hadewijch de Brabante) foi uma poetisa e mística brabante do século XIII. Hoje é geralmente aceito que Hadewijch foi a "grande senhora" - isto é, a líder religiosa - de um grupo de beguinas.

Pouco se sabe sobre sua vida. Há indícios de que escreveu entre 1230 e 1250 - mas não necessariamente só nesse período. Suspeita-se que viveu no Ducado de Brabante, talvez em Antuérpia devido a algumas referências em suas obras. O fato parece mais provável porque ela escrevia no dialeto brabantino do neerlandês médio. Ademais, os únicos manuscritos medievais de sua obra que restaram provêm da antiga região do ducado - dois foram encontrados perto de Bruxelas, e um é de Lovaina. Este último contém uma nota tardia, do século XV, que diz De B(eata) Hadewigis de Antverpia.[1]

Seus escritos indicam que ela fora educada por instrutores privados e, portanto, dispunha de alto status social. Hadewijch dominava o neerlandês, mas também demonstrava maestria com latim. Quase certamente também sabia francês, porque tinha vasto conhecimento sobre a chanson d'amour francesa e usava palavras deste idioma adequadamente.[1] Seu conhecimento não se restringia a línguas: ela conhecia retórica, astronomia ptolemaica, numerologia, teoria musical, história da igreja e a maior parte dos escritores canônicos do século anterior.[2]

Sua obra, que inclui 31 cartas, 61 poemas e catorze descrições de visões, é considerada uma das maiores obras literárias em neerlandês. Hadewijch adotou o holandês como seu idioma literário, uma escolha pouco usual em uma época em que o latim dominava. Seus escritos descrevem vários aspectos de sua fé e do seu misticismo. Hadewijch foi a maior representante do assim chamado misticismo de amor em seu século. O misticismo do amor era um fenômeno exclusivamente feminino, em que a fiel tem experiências religiosas extasiantes e, por vezes, até violentas. Seu resultado é um amor místico intenso, que resulta até mesmo em efeitos psicossomáticos e visões. O casamento é uma metáfora muito utilizada para expressar esse amor.[2] De fato, seus trabalhos mostram uma considerável influência da chanson d'amour. [1]

Para compreender as visões de Hadewijch, é preciso se atentar, em primeiro lugar, ao quadro histórico social em que esta beguina vivia. Ela, inserida no movimento beguinal do século XIII, na tentativa de esclarecer o que é o divino e a partir de suas concepções, criou por meio de suas visões a imagem daquilo que seus seguidores – em grande parte mulheres – acreditavam ser a principal característica do divino, ou seja, seu foco principal foi a paixão de e por Cristo o, mas não deixando de demonstrar novas concepções acerca da divindade".[3]

Hadewijch evidencia em seus textos que o amor divino deve ser livre e orgulhoso, o qual cria autonomia e autoconsciência ao sujeito que o sente. Em seus escritos, ela ligou canções religiosas com poesia dos trovadores contemporâneos, usando dessa analogia para se mostrar como noiva e amante de Deus. Para Hadewijch, o amor místico passava por três etapas: primeiro se tomava conhecimento do amor de Cristo; a isso se seguia uma entrega incondicional; por fim, a fiel alcançava o equilíbrio entre o amor místico e a vida terrena. Ela julgava que o amor místico a Deus era o único amor pleno, e sua obra dedica-se a mostrar quão central era este sentimento em sua vida.[2] O caminho para o amor divino foi, também, o espaço que Hadewijch encontrou para orientar sua teologia, afirmando a possibilidade de igualdade na sociedade às mulheres que seguissem essa jornada. [3]

Referências

  1. a b c Mommaers, P.; Elisabeth Mary Dutton (2004). Hadewijch: Writer, Beguine, Love Mystic. [S.l.]: Peeters Publishers. 158 páginas. ISBN 9789042913929  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  2. a b c Kuhlman, Erika (2002). A to Z of Women in World History. Verbete "Hadewych of Antwerp". [S.l.]: Infobase Publishing. p. 212 
  3. a b Nicolette, Carlos Eduardo (27 de maio de 2017). «Hadewijch de Amberes: a mística medieval e suas visões sobre o divino». Revista Mais que Amélias. Consultado em 15 de junho de 2017 
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