Limiar absoluto da audição

O limiar absoluto da audição humana é definido como a intensidade de um tom puro que um ouvinte será capaz de detectar[1] ,ou seja, é o nível mínimo de pressão acústica necessária para provocar uma sensação auditiva, num ambiente silencioso. O limiar varia para cada ouvinte e para cada frequência.[2] Os seres humanos são capazes de discriminar sons entre 20 Hz ,(frequência grave), a 20 000Hz (frequência aguda). Sendo que a frequência que a orelha humana melhor discrimina está entre 1 e 3 kHz.[3]

Estudos mostram que para estabelecer o limiar auditivo existe uma determinada intensidade que ora irá provocar resposta ,ora não. Desta forma, o limiar de audibilidade é conceituado como a menor intensidade sonora para a qual o paciente irá responder a 50% das apresentações.[4]

Os limiares auditivos se relacionam com a intensidade sonora, que se relaciona à amplitude das vibrações periódicas das partículas de ar e está associada à pressão e energia sonora, ou seja, ela está relacionada à altura da onda e à pressão contida nela (som fraco e forte) e é expressa em decibéis.[5] A intensidade de um som pode ser medida através da energia contida no movimento vibratório (W/cm2) e a pressão do ar causada pela onda sonora (BAR = 1 dina/cm2). Como valor de referência para as medições, fixou-se a menor intensidade sonora audível. Esse valor, obtido da média da população, foi de: - para energia = 10 -16 W/cm2 - para pressão = 2 x 10 -4 BAR.[6]

Limiar de desconforto

Limiar de desconforto é o mínimo de pressão sonora capaz de produzir uma sensação de desconforto auditivo para cada frequência.[7]

Como testar o limiar auditivo

A audiometria é o exame que possibilita encontrar os limiares auditivos dos indivíduos. Para a realização da audiometria, é necessário uma cabina tratada acusticamente, um audiômetro, transdutores como fones, (para a pesquisa de limiares por via aérea), e um vibrador ósseo, (para a pesquisa de limiares por via óssea).[8]

Após encontrar os limiares do paciente, calcular a média tonal de 500, 1kHz, 2kHz e 4 kHz. Dessa forma, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), na classificação de 2021, utilizada como parâmetro atual, a partir dessa média são classificados os graus de perda auditiva. São eles: Perda auditiva de grau leve (média tonal de 20 a menor que 35 dB); Perda auditiva de grau moderado (média tonal de 35 a menor que 50 dB); Perda auditiva de grau moderadamente severo (média tonal de 50 a menor que 65 dB); Perda auditiva de grau severo (média tonal de 65 a menor que 80 dB); Perda auditiva de grau profundo (média tonal de 80 a menor que 95 dB); Perda auditiva completa/surdo (média tonal maior ou igual a 95 dB); Perda auditiva unilateral (menor que 20 dB na melhor orelha, 35 dB ou mais na pior orelha). [9]

Referências

  1. Nogueira Junior, Valmir Dos Santos; Tcheou, Michel Pompeu; Ávila, Flávio Rainho (30 de setembro de 2019). «Codificação perceptiva de áudio por meio de decomposições atômicas em exponenciais complexas». Revista Principia - Divulgação Científica e Tecnológica do IFPB (46). 196 páginas. ISSN 2447-9187. doi:10.18265/1517-03062015v1n46p196-212. Consultado em 7 de outubro de 2022 
  2. «Viaje ao mundo da audição». www.cochlea.eu. Consultado em 12 de outubro de 2022 
  3. «Viagem ao Mundo da Audição». www.cochlea.org. Consultado em 12 de outubro de 2022 
  4. DIÓGENES, CARLOS (2005). «"Provas Auditivas I"» (PDF) 
  5. PAULUCCI, BRUNO (2005). «FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO» (PDF) 
  6. FERNANDES, JOÃO CANDIDO (2010). «"ACÚSTICA, RUÍDOS E PERDA DE AUDIÇÃO"» (PDF) 
  7. «Viaje ao mundo da audição». www.cochlea.eu. Consultado em 12 de outubro de 2022 
  8. «Avaliação Audiológica Básica». www.ufrgs.br. Consultado em 12 de outubro de 2022 
  9. «Relatório Mundial sobre Audição (Inglês) - OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde». www.paho.org. 14 de janeiro de 2022. Consultado em 14 de junho de 2024