Dantas Barreto

Dantas Barreto
Dantas Barreto
Dantas Barreto
Dados pessoais
Nome completo Emídio Dantas Barreto
Nascimento 22 de março de 1850
Bom Conselho, Pernambuco
Morte 08 de março de 1931 (80 anos)
Rio de Janeiro,Distrito Federal
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Antônia Dantas Barreto
Pai: Manoel Joaquim Moura Barreto
Cônjuge Demétria Dantas Barreto
Ocupação Militar e político
Serviço militar
Lealdade Brasil
Serviço/ramo Exército Brasileiro
Anos de serviço 1866-1931
Graduação Marechal
Conflitos Guerra do Paraguai
Guerra de Canudos
Condecorações Imperial Ordem da Rosa

Emygdio Dantas Barreto (Bom Conselho, 22 de março de 1850 — Rio de Janeiro, 8 de março de 1931) foi um militar e político brasileiro. Foi ministro da guerra no governo de Hermes da Fonseca.

Biografia

Nascido na cidade pernambucana de Bom Conselho, é filho de Manoel Joaquim Moura Barreto e sua esposa, Dona Antônia Dantas Barreto. Na escrita de sua época, seu nome era grafado como "Emygdio", porém atualmente, após sua morte, seu nome começou a ser grafado incorretamente como "Emídio".

Muito jovem, assentou-se praça no exército, durante os eventos militares da Guerra do Paraguai, serviu desde 3 de Setembro de 1866 até os idos de 1870. Durante a Batalha de Itororó, sendo na época um alferes, foi condecorado por sua bravura e por sua efetividade na batalha com o mérito militar e o hábito da Imperial Ordem da Rosa.

Após a guerra, foi convocado para o 3º Batalhão de Infantaria e partiu para o Rio Grande do Sul.

Em 1897, participou da Guerra de Canudos, no posto de tenente-coronel.[1][2] Registrou suas experiências da guerra no livro Última Expedição a Canudos, lançado no ano seguinte, sendo um dos primeiros a publicar um livro sobre esta campanha.[3] Em 1905 publicou um segundo livro sobre a mesma guerra, intitulado Acidentes da Guerra.[4]

Emygdio Dantas Barreto, general e presidente de Pernambuco

Em 1906 comandou uma expedição a Mato Grosso para resgatar o presidente do estado, Antônio Pais de Barros, que estava em conflito armado com a oposição. Quando chegou a Corumbá, embarcado em navios da Marinha, descobriu que as comunicações telegráficas estavam cortadas, os navios eram grandes demais para prosseguir a viagem e todos os navios menores já haviam sido confiscados pela oposição. Quando enfim chegou a Cuiabá, em 17 de julho, Pais de Barros estava morto e a vitória da oposição era fato consumado.[5]

Durante o governo de Hermes da Fonseca, exerceu o cargo de ministro da Guerra, no período de 15 de novembro de 1910 a 12 de setembro de 1911.[6]

Durante sua gestão ocorreram graves perturbações na ordem militar e civil: primeiro, a chamada Revolta da Chibata, quando os marinheiros das principais embarcações promoveram o motim, contra os castigos físicos ainda aplicados na Marinha, já no começo do governo (1910), quando a própria capital do país, então o Rio de Janeiro, foi ameaçada de bombardeio.

Estas questões resolveu o governo anistiando os envolvidos. Entretanto, a dezembro deste mesmo ano, nova revolta eclode entre os fuzileiros lotados na Ilha das Cobras, desta feita promovendo o general uma punição excessivamente severa.

Durante a sua administração também ocorre o levante do Contestado, uma região disputada pelos estados do Paraná e Santa Catarina, onde João Maria, a exemplo do Antônio Conselheiro em Canudos, desafia o poder Federal. Diversas expedições são para lá enviadas, não logrando sucesso algum, que ocorreu com a expedição de Fernando Setembrino de Carvalho no governo seguinte de Venceslau Brás.

Foi presidente de Pernambuco, de 19 de dezembro de 1911 a 18 de dezembro de 1915, e senador da República.

Além da carreira militar e política, Dantas Barreto redigiu obras científicas, estudos militares e romances históricos, deixando extensas informações sobre campanhas militares do seu período.[7]

Imigrou, para a então capital do Brasil, o Rio de Janeiro, onde viveria até o final de sua vida. Nesta época, já havia sido promovido para o posto de Marechal de Exército. Faleceu em sua residência às quatro horas da tarde na rua Copacabana, número 649, aos 81 anos de idade, no qual seu atestado de óbito foi firmado pelo Doutor Annibal Pereira, dando como causa mortis uma hipertrofia na próstata e pielonefrite aguda. Deixou viúva sua esposa Demétria Dantas Barreto. Foi sepultado no Cemitério São João Baptista na mesma cidade.

Obras

  • Margarida Nobre: A poesia do Século XIX.
  • Expedição do Mato Grosso

Ligações externas

Wikisource
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Dantas Barreto
  • «Bibliografia» 
  • «Relatório apresentado ao Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil pelo General-de-divisão Emídio Dantas Barreto, Ministro de Estado da Guerra, em maio de 1911» 

Referências

  1. CUNHA, Euclides da, Os Sertões
  2. BOMBINHO, Manuel das Dores. Canudos, história em versos. São Paulo: Hedra, Imprensa Oficial do Estado e Editora da Universidade Federal de São Carlos, 2a. edição, 2002
  3. DANTAS BARRETO, Emídio. Última Expedição a Canudos. Porto Alegre: Franco e Irmãos Editores, 1898. Revisto, ampliado e republicado em 1912 sob o título Destruição de Canudos
  4. DANTAS BARRETO, Emídio. Acidentes da Guerra. Rio Grande do Sul, Ed. Liv. Rio-Grandense, 1905. 2ª edição: Recife, Livraria Econômica,1984
  5. Arruda, Larissa Rodrigues Vacari de (2013). Disputas oligárquicas: as práticas políticas das elites mato-grossenses 1892-1906 (Dissertação). São Carlos: UFSCar. pp. 98–99. Consultado em 23 de abril de 2021  A referência emprega parâmetros obsoletos |pp= (ajuda)
  6. «Comandantes do Exército Brasileiro». Consultado em 10 de fevereiro de 2021 
  7. Semira Adler Vainsencher. «Dantas Barreto». Fundação Joaquim Nabuco 


Precedido por
José Bernardino Bormann

18º Ministro da Guerra (República)

1910 — 1911
Sucedido por
Antônio Adolfo da Fontoura Mena Barreto
Precedido por
João da Costa Bezerra de Carvalho
Presidente de Pernambuco
1911 — 1915
Sucedido por
Manuel Antônio Pereira Borba
Precedido por
Joaquim Nabuco
(fundador)

ABL - Segundo acadêmico da cadeira 27

1910 — 1931
Sucedido por
Gregório da Fonseca


  • v
  • d
  • e
Estado e
Reino Unido
Regência
(príncipe D. Pedro)
Primeiro reinado
(D. Pedro I)
Período regencial
Segundo reinado
(D. Pedro II)
República Velha
(1.ª República)
Era Vargas
(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Período Populista
(4.ª República)
Ditadura militar
(5.ª República)
Nova República
(6.ª República)
Até 1967, o responsável pela gestão do Exército era o ministro da Guerra. De 1967 até 10 de junho de 1999 — data da criação do Ministério da Defesa — o responsável era o ministro do Exército. Após essa data, passou a ser denominado comandante do Exército.
  • v
  • d
  • e
Vice-presidente
Hermes da Fonseca, 8º Presidente do Brasil
Ministérios
Agricultura, Indústria e Comércio
Fazenda
Guerra
Justiça e Negócios Interiores
Marinha
Relações Exteriores
Viação e Obras Públicas
Órgãos
(ligados à
Presidência da
República)
Consultoria Geral
da República
Secretaria da Presidência
da República
← Gabinete de Nilo Peçanha (1909–1910) • Gabinete de Venceslau Brás (1914–1918) →
  • v
  • d
  • e
  1. José Cerqueira de Aguiar Lima
  2. José Simeão de Oliveira
  3. Albino Gonçalves Meira
  4. Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti
  5. Barão de Lucena
  6. José Antônio Correia da Silva
  7. José Maria de Albuquerque Melo
  8. Barão de Contendas
  9. Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti
  10. Barbosa Lima
  11. Joaquim Correia de Araújo
  12. Sigismundo Gonçalves
  13. Antônio Gonçalves Ferreira
  14. Sigismundo Gonçalves
  15. Herculano Bandeira
  16. Estácio Coimbra
  17. João da Costa Bezerra de Carvalho
  18. Dantas Barreto
  19. Manoel Borba
  20. José Rufino Bezerra Cavalcanti
  21. Sérgio Loreto
  22. Estácio Coimbra
  23. Carlos de Lima Cavalcanti
  24. Amaro de Azambuja Vila Nova
  25. Agamenon Magalhães
  26. Etelvino Lins
  27. José Neves Filho
  28. José Domingues da Silva
  29. Demerval Peixoto
  30. Amaro Gomes Pedrosa
  31. Otávio Correia de Araújo
  32. Barbosa Lima Sobrinho
  33. Agamenon Magalhães
  34. Antônio Torres Galvão
  35. Etelvino Lins
  36. Cordeiro de Farias
  37. Otávio Correia de Araújo
  38. Cid Sampaio
  39. Miguel Arraes
  40. Paulo Pessoa Guerra
  41. Nilo Coelho
  42. Eraldo Gueiros Leite
  43. Moura Cavalcanti
  44. Marco Maciel
  45. José Muniz Ramos
  46. Roberto Magalhães
  47. Gustavo Krause
  48. Miguel Arraes
  49. Carlos Wilson
  50. Joaquim Francisco
  51. Miguel Arraes
  52. Jarbas Vasconcelos
  53. Mendonça Filho
  54. Eduardo Campos
  55. Lyra Neto
  56. Paulo Câmara
  57. Raquel Lyra

  • v
  • d
  • e
Século XXI
Século XX
Século XIX
  • v
  • d
  • e
Cadeiras 1 a 10
1 (Adelino Fontoura)
2 (Álvares de Azevedo)
3 (Artur de Oliveira)
4 (Basílio da Gama)
5 (Bernardo Guimarães)
6 (Casimiro de Abreu)
7 (Castro Alves)
8 (Cláudio Manuel da Costa)
9 (Gonçalves de Magalhães)
10 (Evaristo da Veiga)
Cadeiras 11 a 20
11 (Fagundes Varella)
12 (França Júnior)
13 (Francisco Otaviano)
14 (Franklin Távora)
15 (Gonçalves Dias)
16 (Gregório de Matos)
17 (Hipólito da Costa)
18 (João Francisco Lisboa)
19 (Joaquim Caetano)
20 (Joaquim Manuel de Macedo)
Cadeiras 21 a 30
21 (Joaquim Serra)
22 (José Bonifácio)
23 (José de Alencar)
24 (Júlio Ribeiro)
25 (Junqueira Freire)
26 (Laurindo Rabelo)
27 (Maciel Monteiro)
28 (Manuel Antônio de Almeida)
29 (Martins Pena)
30 (Pardal Mallet)
Cadeiras 31 a 40
31 (Pedro Luís)
32 (Manuel de Araújo Porto-Alegre)
33 (Raul Pompeia)
34 (Sousa Caldas)
35 (Tavares Bastos)
36 (Teófilo Dias)
37 (Tomás António Gonzaga)
38 (Tobias Barreto)
39 (Visconde de Porto Seguro)
40 (Visconde do Rio Branco)
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